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15 de fevereiro de 2020Pesquisa recentemente apresentada nos Estados Unidos em congresso da American Heart Association mostrou que pessoas com fatores de risco para doenças cardiovasculares também apresentaram maior risco de desenvolver câncer em comparação com pessoas com menor risco de doença cardiovascular.
Foram avaliados dados de mais de 12 mil participantes com idade média de 51 anos e sem doença cardiovascular ou câncer no início do estudo. Para ajudar a prever o risco de uma pessoa desenvolver doença cardíaca em 10 anos foram utilizados biomarcadores e o ASCVD, uma ferramenta eletrônica da American Heart Association. Durante o período de estudo de quase 15 anos, 1.670 casos de câncer ocorreram (19% gastrointestinal, 18% mama, 16% próstata, 11% pulmão). Os pesquisadores descobriram que fatores de risco cardiovascular – incluindo idade, sexo, pressão alta e tabagismo – foram associados de maneira independente ao câncer. Pacientes com um risco de 10 anos de ASCVD igual ou superior a 20% eram mais de três vezes mais propensos do que aqueles com um risco de 10 anos de ASCVD igual ou superior a 5% para desenvolver qualquer tipo de câncer.
Além disso, as pessoas que desenvolveram doença cardiovascular (definida como ataque cardíaco, insuficiência cardíaca ou fibrilação atrial) durante o período do estudo tiveram um risco sete vezes maior de câncer subsequente em comparação àquelas que não tiveram nenhum evento cardíaco. Pacientes com altos níveis de peptídeo natriurético cerebral (BNP) – um biomarcador frequentemente elevado na insuficiência cardíaca – eram mais propensos a desenvolver câncer durante o período de acompanhamento de 15 anos do que os participantes com baixos níveis de BNP.
Os pesquisadores informaram que o próximo passo é identificar os mecanismos biológicos que direcionam a ligação entre doenças cardiovasculares e câncer, já que este é um estudo observacional, portanto não prova causa e efeito, mas lança luz sobre a conexão entre doença cardíaca e câncer. Esses resultados reforçam a ideia de que os médicos devem ser agressivos na tentativa de reduzir os fatores de risco cardiovascular não apenas para prevenir doenças cardíacas, mas também para reduzir o risco de câncer.