Novos tratamentos adjuvantes para melanoma aprovados no Brasil em 2019
19 de setembro de 2019VII Simpósio Internacional de Melanoma
3 de dezembro de 2019O câncer de pele não melanoma é o tipo de câncer mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de um terço de todos os tumores malignos registrados no país. Mais comum em pessoas com mais de 40 anos, o câncer de pele é raro em crianças e negros. Pessoas de pele clara, sensíveis à ação dos raios solares, com história pessoal ou familiar deste câncer ou com doenças cutâneas prévias são as mais atingidas.
O câncer de pele não melanoma apresenta tumores de diferentes tipos. Os tipos mais frequentes são o carcinoma basocelular (o mais comum e também o menos agressivo) e o carcinoma epidermoide ou espinocelular.
Apesar da grande maioria dos casos ser curada apenas com o emprego da cirurgia, uma parcela dos pacientes apresenta recidivas eventualmente inoperáveis, ou com metástases à distância. Para esse contexto, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou neste ano de 2019 a medicação cemiplimabe, um anticorpo da classe anti-PD-1, para o tratamento do carcinoma epidermoide de pele localmente avançado irressecável.
O registro de cemiplimabe nesse cenário é baseado nos dados de estudo publicado em 2018 no New England Journal of Medicine que avaliou 33 pacientes com doença localmente avançada irressecável e 75 pacientes com doença metastática. A população estudada contemplava principalmente pacientes idosos, com cerca de 70 anos. Aproximadamente metade dos pacientes já havia recebido alguma terapia sistêmica prévia e cerca de 80% já haviam recebido radioterapia prévia sem sucesso no controle de sua doença. Após cerca de 9 meses de acompanhamento o cemiplimabe mostrou redução das lesões em cerca de 50% dos pacientes, com cerca de dois terços mantendo a doença controlada sem progressão por pelo menos 6 meses, um resultado claramente superior ao obtido com outras terapias sistêmicas disponíveis até hoje. Os efeitos adversos mais comuns foram diarreia, fadiga, náusea, constipação e reações cutâneas.
Estes dados mostraram que a imunoterapia representa um grande avanço no tratamento dos pacientes com carcinoma epidermoide de pele localmente avançado ou metastático.